quarta-feira, 17 de junho de 2009

HÃO DE CHORAR POR ELA OS CINAMOMOS, de Alphonsus de Guimaraens








Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.


As estrelas dirão — "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. .
"E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.


A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.


Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos?"



(Ilustração: Aaron Nagel)



2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Hoje procurei no google por esse lindo soneto;e como volta a infância/adolescência lendo-o,o busquei por anos,e hoje o acho...palavras melancólicas e suaves,escrito com uma pena de um mestre...

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