quarta-feira, 21 de julho de 2010

CATAGUASES, de Enrique de Resende







A cidade natal... Uma aquarela


que me vem do passado... e que me faz sonhar.


Cerro os olhos e vejo-a, adormecida e bela,


toda envolta em luar.





Aqui, uma rua pobre. Ali, uma viela.


Os jardins... O canal... A velha igreja, a orar.


E, mais além, o rio - uma fita amarela


na paisagem lunar.





Cantando a tua vida acolhedora e quieta,


serei sempre o teu poeta anônimo - o teu poeta,


cidade de interior.





Pois foi sob o teu céu, curvo como um diadema


que um dia florescera o meu primeiro poema,


e florescera um dia o meu primeiro amor.




(Ilustração: Leda Catunda – paisagem com estrada)


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