diz-me que
não leve o vinho
que os fios de nós
precisam de outro tear
de agulhas mais fortes
que os teçam em voz
em dádiva talvez
diz-me
que leve as palavras
as mais guardadas
aquelas que a pele
do tempo não suou
as que gelam no
grave segredo do olhar
e que leve as mãos
e que elas falem
que voltem a dançar
na sua mão
ou mais perto
muito mais perto
(Ilustração: Catherine Chauloux)
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