Сжала руки под тёмной вуалью…
“Отчего ты сегодня бледна?”
– Оттого, что я терпкой печалью
Напоила его допьяна.
Как забуду? Он вышел, шатаясь,
Искривился мучительно рот…
Я сбежала, перил не касаясь,
Я бежала за ним до ворот.
Задыхаясь, я крикнула: “Шутка
Всё, что было. Уйдешь, я умру.”
Улыбнулся спокойно и жутко
И сказал мне: “Не стой на ветру”
Tradução de André Nogueira:
Torcia as mãos sob o xale escuro…
“Por que hoje estás tão pálida?”
– Fui dar a ele de beber minha amargura
Até deixá-lo embriagado.
Como esquecer? Ele saiu, cambaleando,
Nos lábios uma horrenda contorção…
Desci correndo, sem pegar no corrimão,
E no portão segurei ele pela manga.
Sufocada, eu gritei: “O que se deu
Foi brincadeira. Se tu fores, não aguento.”
Ele então com toda calma respondeu
E com frieza: “Não te exponhas tanto ao vento”.
Tradução de Augusto de Campos:
Torci os dedos sob a manta escura…
“Por que tão pálida?” ele indaga.
– Porque eu o fiz beber tanta amargura
Que o deixei bêbado de mágoa
Como esquecer? Ele saiu sem reação,
A boca retorcida, em agonia…
Desci correndo, sem tocar no corrimão,
E o encontrei no portão, quando saía.
“É tudo brincadeira, por favor,
Não parta, eu morro se você se for.
E ele, com um sorriso frio, isento,
Me disse apenas: “Não fique ao relento”
(1911)
(Анна Ахматова, Poesia da recusa)
(Ilustração: Nicoletta Tomas Caravia)
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