terça-feira, 6 de setembro de 2011

VISITA À CASA PATERNA, de Guimarães Júnior







Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.


Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma, talvez, do amor materno,
Tomou-me as mãos — olhou-me grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.


Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que, da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha Mãe... O pranto


Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
— Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade...




(Ilustração: Mia Makila)


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