segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BANZO, de Raimundo Correia









Visões que na alma o céu do exílio incuba,

Mortais visões! Fuzila o azul infando...

Coleia, basilisco de ouro, ondeando

O Níger... Bramem leões de fulva juba...


Uivam chacais... Ressoa a fera tuba

Dos cafres, pelas grotas retumbando,

E a estrelada das árvores, que um bando

De paquidermes colossais derruba...


Como o guaraz nas rubras penhas dorme,

Dorme em nimbos de sangue o sol oculto...

Fuma o saibro africano incandescente...


Vai com a sombra crescendo o vulto enorme

Do baobá... E cresce na alma o vulto

De uma tristeza, imensa, imensamente...



(Ilustração: Portinari – menino com estilingue)


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