terça-feira, 18 de maio de 2010

CROMOS – 87, de Abílio Barreto









A lua albente derrama

Sobre a terra luz tranquila.

Qual triste, amorosa dama,

Seu pranto de luar distila...



Daquela gente pupila,

Dulce, que sofre porque ama,

Contempla a estrada da vila...

“Nunca mais!” – chorando exclama.



“Nunca mais!...” Ele o dissera.

Por isso, já não o espera,

E a Deus só a morte impreca...



Infeliz Dulce, coitada!...

Deserta é a fazenda e a estrada.

Roncam sapos na charneca.




(Cromos)



(Ilustração: Edward Hopper)





Um comentário:

  1. Surpreendente esse Abílio Barreto. Só conhecia os Cromos de B. Lopes. O Barreto parece melhor.

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