sábado, 19 de novembro de 2022

POEMA XIX / POEMA XIX, de Ana Istarú

 




Una luna creciente

cabalga entre mis piernas.



En sus muslos se dora,

corcel, el sol naciente.



Que el marido paloma,

la ciruela rotunda.



Esta esposa que soy

la caracola.



La más morena liebre

en mi varón se eleva.



Horizonte me habita

de guayaba y de curva.



El eje de su cuerpo

de mi cuerpo es el eje.



Un ébano en dos ramos,

una enredada tinta.

Una luna creciente

cabalga entre sus piernas.



En mis muslos se dora,

corcel, el sol naciente.



Tradução de Antonio Miranda:



Uma lua crescente

cavalga entre minhas pernas.



Em suas coxas doura-se,

corcel, o sol nascente.



Que o marido pombo,

a ameixa rotunda.



Esta esposa que sou

a concha.



A mais morena lebre

em meu varão se eleva.



Horizonte me habita

de goiaba e de curva.



O eixo de seu corpo

de meu corpo é eixo.



Um ébano em dois ramos,

uma emaranhada tinta.

Uma lua crescente

cavalga entre suas pernas.



Em minhas coxas se doura,

corcel, o sol nascente.



(La estación de la fiebre)



(Ilustração: Hans Bellmer)


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