sábado, 16 de abril de 2022

O PORCOSSAURO, de Bruno Brum

 



O Porcossauro não está contente.

Precisa de novos amigos

e um novo lar.

Precisa se esforçar mais

e entender que nada na vida vem fácil.

O Porcossauro caminha pela cidade observando os outros porcossauros

aparentemente mais felizes do que ele.

Sabe que é hora de mudança.

Mas mudar o quê? pergunta-se, angustiado.

Ninguém poderia estar mais triste.

Nem mesmo os porcossauros que não têm onde morar e o que comer.

Tudo depende de você, dizem os porcossauros felizes.

E isso só piora as coisas.

O Porcossauro pensa na Porcossaura e no Porcossauro Jr.

A angústia aumenta.

Não há para onde ir, conclui, atravessando a rua.

Não há por onde continuar.





Mas deve haver um jeito.

Deve haver um jeito, resmunga.

Ou não me chamo Porcossauro.



(Tudo pronto para o fim do mundo)



(Ilustração: escultura de Liu Xue)



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