sábado, 25 de julho de 2020

TALKING NEW YORK / O ASSUNTO É NOVA YORK, de Bob Dylan





Ramblin’ outa the wild West

Leavin’ the towns I love the best

Thought I’d seen some ups and downs

’Til I come into New York town

People goin’ down to the ground

Buildings goin’ up to the sky



Wintertime in New York town

The wind blowin’ snow around

Walk around with nowhere to go

Somebody could freeze right to the bone

I froze right to the bone

New York Times said it was the coldest winter in seventeen years

I didn’t feel so cold then



I swung onto my old guitar

Grabbed hold of a subway car

And after a rocking, reeling, rolling ride

I landed up on the downtown side

Greenwich Village



I walked down there and ended up

In one of them coffee-houses on the block

Got on the stage to sing and play

Man there said, “Come back some other day

You sound like a hillbilly

We want folk singers here”



Well, I got a harmonica job, begun to play

Blowin’ my lungs out for a dollar a day

I blowed inside out and upside down

The man there said he loved m’ sound

He was ravin’ about how he loved m’ sound

Dollar a day’s worth



And after weeks and weeks of hangin’ around

I finally got a job in New York town

In a bigger place, bigger money too

Even joined the union and paid m’ dues



Now, a very great man once said

That some people rob you with a fountain pen

It didn’t take too long to find out

Just what he was talkin’ about

A lot of people don’t have much food on their table

But they got a lot of forks ’n’ knives

And they gotta cut somethin’



So one mornin’ when the sun was warm

I rambled out of New York town

Pulled my cap down over my eyes

And headed out for the western skies

So long, New York

Howdy, East Orange



Tradução de Caetano W. Galindo:



Sumindo do oeste distante

Deixando as cidades que eu mais amo

Achei que vi poucas e boas

Até chegar à vila Nova York

Gente entrando no chão

Prédios saindo pro céu



Inverno na vila Nova York

Vento soprando neve por tudo

Ando por tudo sem ter aonde ir

Você podia congelar até o osso

Eu congelei até o osso

O New York Times falou que este foi o inverno mais frio dos últimos dezessete anos

Eu não sentia tanto frio naquele tempo



Grudei no meu violão velhinho

Catei um vagão de metrô

E depois do embalo, depois da onda, do tranco da ida

Desci lá do lado de Downtown

Greenwich Village



Andei por lá e acabei

Num daqueles cafés lá da quadra

Subi no palco pra cantar e tocar

O cara lá disse, “Volte outro dia

Você é meio caipira

A gente quer mais o pessoal do folk”



Bom, consegui um emprego tocando gaita, comecei

A estourar os pulmões a um dólar por dia

Soprava do avesso e de ponta-cabeça

O cara lá disse que adora o meu som

Não parava de falar que adorava o meu som

Que valia um dólar por dia



E depois de semanas, semanas ali

Finalmente encontrei um emprego na vila Nova York

Num lugar maior, com grana maior também

Até entrei pro sindicato e paguei minha taxa



Mas um grande sujeito um dia me disse

Tem gente que te assalta com uma caneta-tinteiro

Não demorou muito pra eu entender

Exatamente o que ele queria dizer

Um monte de gente não tem tanta comida na mesa

Mas não sente falta de garfos e facas

E precisam cortar alguma coisa



Então numa manhã quando o sol estava quente

Eu sumi da vila Nova York

Baixei o boné por cima dos olhos

E segui rumo aos céus lá do oeste

Adeus, Nova York

Salve, East Orange



(Letras – 1961-1974)



(Ilustração: Michael Accorsi - New York skyline)




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