sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

WORDS / PALAVRAS, de Sylvia Plath









Axes

after whose stroke the wood rings,

And the echoes!

Echoes travelling

Off from the centre like horses.



The sap

Wells like tears, like the

Water striving

To re-establish its mirror

Over the rock



That drops and turns,

A white skull,

Eaten by weedy greens.

Years later I

Encounter them on the road –



Words dry and riderless,

The indefatigable hoof-taps.

While

From the bottom of the pool, fixed stars

Govern a life.



Tradução de Ana Cristina César: 




Golpes

De machado que fazem soar a madeira,

E os ecos!

Ecos partem

Do centro como cavalos.



A seiva

Jorra como lágrimas, como a

Água lutando

Para repor seu espelho

Sobre a rocha.



Que cai e rola,

Crânio branco

Comido por ervas daninhas.

Anos depois as encontro

Na estrada –



Palavras secas e sem rumo,

Infatigável bater de cascos.

Enquanto

Do fundo do poço estrelas fixas

Governam uma vida.




Tradução de Wagner Mourão Brasil:




Machados

Após cujos golpes a madeira ressoa,

E os ecos!

Ecos propagando-se

a partir do cerne como cavalos.




A seiva

Brota como lágrimas, como a

Água esforçando-se

para recompor o seu espelho

Sobre a rocha




Que cai e gira,


Um crânio branco,

Corroído por herbosos verdes.

Anos depois eu

Encontro-as pelo caminho –




Palavras secas e indomáveis,


Os infatigáveis tropéis de cascos.

Enquanto

Do fundo do poço, estrelas fixas

Governam uma vida.






(Ilustração: João Ruas - haunted)




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