sábado, 6 de dezembro de 2014

TAORMINA, de Giselda Penteado Di Guglielmo










A beleza

entra pelos poros

e eu me sinto atriz

no teatro grego.




Suas escadarias

me levam

ao passado,

mas encontro

em seu topo

respostas indesejadas,

realidades ocultas

e vozes sombrias.




Onde os atores

as luzes, as ricas roupagens,

onde as belas palavras

e o público atento?

Onde o perfil grego

e as bocas sicilianas?




Acendo velas do silêncio

em homenagem

aos deuses da cena,

beijo o chão de Taormina

e sinto

que as lavas do Etna

penetraram em minhas veias

insidiosamente.






(A mulher e o espelho)





(Ilustração: Thomas Cole - Mount Aetna from Taormina -1844)














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