domingo, 15 de maio de 2011

O BICHO, de Manuel Bandeira











Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Na era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.






(Ilustração: Felix Nussbaum – campo)


Um comentário:

  1. Cara muito bom esse poema.
    Tenho ele sempre na memória. Esse poema é um fato que lamentavelmente ainda existe; uma condição dos miseráveis que circundam as metrópoles.

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