terça-feira, 30 de setembro de 2025

APOLOGY OF GENIUS / APOLOGIA DO GÊNIO, de Mina Loy

 



Ostracized as we are with God

the watchers of the civilized wastes

reverse their signals on our track



Lepers of the moon

all magically diseased

we come among you

innocent

of our luminous sores



unknowing

how perturbing lights

our spirit

on the passion of Man

until you turn on us your smooth fools’ faces

like buttocks bared in aboriginal mockeries



We are the sacerdotal clowns

who feed upon the wind and stars

and pulverous pastures of poverty



Our wills are formed

by curious disciplines

beyond your laws



You may give birth to us

or marry us

the chances of your flesh

are not our destiny –



The cuirass of the soul

still shines –

And we are unaware

if you confuse

such brief

corrosion with possession



In the raw caverns of the Increate

we forge the dusk of Chaos

to that imperious jewellery of the Universe

– the Beautiful –



While to your eyes

a delicate crop

of criminal mystic immortelles

stands to the censor’s scythe.



Tradução de Felipe Paradizzo:



Neste nosso ostracismo de Deus

os vigilantes do lixo civilizado

revertem seus sinais em nosso rastro



Leprosos da lua

todos magicamente adoecidos

estamos entre vocês

inocentes

de nosso luminoso sofrer



desconhecendo

quão perturbadoras luzes

nosso espírito

na paixão do Homem

até que vocês nos mostrem suas plácidas tolas faces

como bundas desnudas em zombarias aborígenes



Somos os palhaços sacerdotais

que se alimentam de vento e estrelas

e pulverizados pastos de pobreza



Nossas vontades se formam

por disciplinas curiosas

para além das suas leis



Vocês podem nos parir

ou nos casar

a sorte de sua carne

não é nosso destino –



A couraça da alma

ainda brilha –

E desconhecemos

se vocês confundem

esta breve

corrosão com possessão



Nas brutas cavernas do Incriado

forjamos o crepúsculo do Caos

para essa joia imperiosa do Universo

– o Belo –



Enquanto aos seus olhos

uma colheita delicada

de místicas perpétuas criminosas

encara a foice do censor.




(Ilustração: Cartoon de 1906 retratando 'um cartunista e seus captores', da revista satírica alemã Simplicissimus)

Nenhum comentário:

Postar um comentário