quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ROGER AND MOLLY / ROGER E MOLLY, de Robert Burns

 



 



Beneath a weeping willow's shade,

Melting with love fair Molly laid,

Her cows were feeding by;

By turns she knit, by turns she sung,

While ever flow'd from Molly's tongue,

“How deep in love am I.’



Young Roger chanc'd to stroll along,

And hearing Molly's amrous song,

And now and then a sigh;

Straight o'er the hedge he made his way,

And join'd with Molly in her lay;

“How deep in love am I.’



The quick surprise made Molly blush,

“How rude,” she cried, “now pray be hush,"

Yet shewed a yielding eye;

“My needle's bent, my worsted's broke,

Roger, I only meant in joke

How deep in love am I.



“You’re rude, - get out, - I wont be kissed,

Pray don’t, - yes, do, - begone, - persist;

Roger, I vow I’ll cry

What are you at, you roguish swain?”

He answered in a dying strain,

“How deep in love am I.”




Tradução de Jorge de Sena:





à sombra do chorão, que se alongava,

Molly, tão bela, de amor suspirava,

Seu gado era em redor,

Ora fazendo meia, ora cantando,

o mesmo pensamento ia soltando:

“Quão fundo é meu amor”.



O jovem Roger que por lá passava

ouviu quanto de amor’s Molly cantava

com que magoado ardor.

Saltando a sebe, aproximou-se dela,

veio estender-se ao pé de Molly bela:

“Quão fundo é meu amor”.



Molly corou de um breve susto inquieto:

“Que graça a tua, agora fica quieto”.

E os olha num langor…

“Quebra-se a agulha, a meia me desfazes…

Cantava, e não pensava nos rapazes,

“Quão fundo é meu amor”.



Bruto! Oh, beijos não… Tira! Sou tua…

Agora, agora… para… continua…

Aí que eu grito de dor!

Que estás tu a fazer, patife imundo?”

E el’ arquejante como um moribundo:

“Quão fundo é meu amor”.


(Ilustração: Konstantin Somov)



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