Só com meus sonhos, só, com a minha saudade,
E as mortas ilusões e ilusões redivivas
De que o morto passado a alma toda me invade.
Porque se me hão de impor, fortes e decisivas,
As descrenças dos que, sem fé, sem caridade,
Sem esperança, vêm dessas alternativas
De mal fingido amor e fingida piedade?
Sinto-me preso aqui. Entre angústias me envolvo,
- Esfinge que se envolve entre os arcais da Líbia -
Mas o fatal problema entre audácias resolvo:
Alma! que importa a dor que te devora? Exibe-a
Ante a morte que em seus tentáculos de polvo
Mói crânio contra crânio e tíbia contra tíbia!
(Poemas da morte)
(Ilustração: Angelo Bronzino)
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