querem explodir
pois é breve
a glória da flor.
O colibri também sabe
que começa a minar
de leve,
no fundo do cálice perfumado,
o néctar de seus dias.
Se as plantas, os bichos,
os ventos, as águas,
se tudo sabe,
por que em meu peito
ainda cabe
o agasalho
da melancolia?
Se já tenho as milhagens
da fria viagem,
se já é setembro no Rio
enfim, caralho!
Por que o inverno
insiste em mim
com seus dedos crispados
de arrepios?
(O gosto dos dias)

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