sábado, 5 de abril de 2025

SONETO ERÓTICO, de anônimo do Século de Ouro espanhol

 




- ¿Qué me quiere, señor ? - Niña, hoderte.

- Dígalo más rodado. - Cabalgarte.

- Dígalo a lo cortés. - Quiero gozarte.

- Dígamelo a lo bobo. - Merecerte.



- ¡Mal haya quien lo pide de esa suerte,

y tú hayas bien, que sabes declararte!

y luego ¿qué harás ? - Arremangarte,

y con la pija arrecha acometerte.



- Tú sí que gozarás mi paraíso.

- ¿Qué paraíso ? Yo tu coño quiero,

para meterle dentro mi carajo.



- ¡Qué rodado lo dices y qué liso!

- Calla, mi vida, calla, que me muero

por culear tiniéndote debajo.



Tradução de José Paulo Paes:



— Que quer de mim, senhor? — Filha, foder-te.

— Diga com mais rodeios. — Cavalgar-te.

— Diga ao modo cortês. — Então, gozar-te.

— Diga ao modo pateta. — Merecer-te.



— Bem hajas que consigo compreender-te

e mal haja quem peça de tal arte.

Depois, o que farás? — Arregaçar-te

e com a pica alçada acometer-te.



— Tu sim hás de gozar meu paraíso.

— Que paraíso? Eu quero é minha porra

metida bem no fundo do teu racho.



— Com que rodeio o dizes, tão precioso!

— Caluda, amor, que de prazer já morra,

fodendo-te, eu por cima, tu por baixo.





Tradução de Silvério Duque:



– De mim, o que quer, Senhor? – Moça, foder-te.

– Diga-o com mais rodeios. – Cavalgar-te.

– Diga, ao modo cortês. – Quero gozar-te.

– Diga-mo feito um bobo. – Merecer-te.



– De certo, muito fiz por receber-te,

e fi-lo bem, pois sabes declarar-te!

– E logo, o que farás? – Arregaçar-te,

e, com minha pica em riste, vou comer-te.



– Tu gozarás, enfim, em meu paraíso…

– Que paraíso? Eu quero é o teu rabo

e nele enfiar inteiro o meu caralho.



– Diga-mo, então, de um modo mais preciso!

– Cala, minha vida, cala, que eu me acabo,

tilintando em teu cu com o meu vergalho.



(Ilustração: Agostino Carracci - Bachus et Ariane)

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