in die städte kam ich zur stunde
der hochzeiten als da
freude herrschte
unter den menschen
ich tanzte mit ihnen
schlief unter den stummen
ohne sprache den mund voll
gestopft mit brücken
die kraft meiner arme
ging in koffern
trug ich die angst
II.
es ist wahr
ich tauchte im großen meer
verlor mein haar dabei
getragen von glück
als das aussetzte
war ich unterwegs
die hoffnung dünn wie ein blatt
im wald (ich rede von bäumen
rede ich)
und kann den weg nicht finden
zu den häusern aus luft
III.
wirklich ich lebe in zeiten
wo die unglücklichen nicht
mehr weinen wir einfach
weiterschreiben – überall
die finger am abzug wer
kann da noch freundlich
bleiben was hilft es wozu
sind wir geworden am ende
der eismeere
wohin die straßen führten
zu meiner zeit
Tradução de Ricardo Domeneck:
I.
cheguei às cidades à hora
das bodas quando
ali a alegria imperava
entre os homens
eu dancei com eles
dormi entre os mudos
sem língua a boca cheia
entupida de pontes
a força dos meus braços
foi-se em malas
carreguei o medo
II.
é verdade
mergulhei no mar cheio
perdi nisso os cabelos
carregado pela sorte
quando isso falhou
eu estava de partida
a esperança magra feito folha
na mata (eu falo de árvores
eu falo)
e não encontro o caminho
para as casas de ar
III.
de verdade vivo em tempos
em que os infelizes nem
choram mais nós somente
escrevemos adiante – por todo
lado os dedos em gatilhos quem
pode seguir simpático de que
adianta por que nos tornamos
ao fim do oceano ártico
aonde levavam as ruas
para o meu tempo
(Nota do blogger: o autor faz referência ao poema de Brecht, “Aos que vierem depois de nós”, ou é uma resposta a ele. Leia Brecht neste mesmo blog, em várias traduções:
https://trapichedosoutros.blogspot.com/search/label/Brecht%20-%20An%20Die%20Nachgeborenen%20%2F%20Aos%20que%20vir%C3%A3o%20depois%20de%20n%C3%B3s%2F%20Aos%20que%20v%C3%A3o%20nascer)
(Ilustração: Hannah Höch)
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