Não me negues a fruta do reino
doce
redonda
com grãos de ouro
no seu ventre fecundo.
Não me negues a faca
que há de partir
em metades iguais
que nos deliciarão
como merecem
dois viventes salvos
desta tragédia
que castigará os ímpios.
Não me negues o sumo
da fruta colhida
na tarde silente
que me afasta dos homens
enclausurados
com medo
dos sortilégios ciganos
sem agonia
por merecer-te.
(Há um porto a cada noite de
abril)
(Ilustração: escultura de Henry Moore (1898-1986): reclining figure)
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