quarta-feira, 31 de março de 2021
NO LAR DA FELIZ IDADE, O ESTEVES SEM METAFÍSICA, de valter hugo mãe (*)
domingo, 28 de março de 2021
SIC UMBROSA TIBI CONTINGANT TECTA, PRIAPE / ASSIM, UMBROSAS COPAS TE CUBRAM, PRIAPO, de Álbio Tibulo /Albius Tibullus - 60 a.C. (?) – 19 a.C. (?)
“Sic umbrosa tibi contingant tecta, Priape,
….ne capiti soles, ne noceantque niues:
quae tua formosos cepit sollertia? certe
….non tibi barba nitet, non tibi culta coma est;
nudus et hibernae producis frigora brumae, [5]
….nudus et aestiui tempora sicca Canis.”
Sic ego; tum Bacchi respondit rustica proles
….armatus curua sic mihi falce deus:
“O fuge te tenerae puerorum credere turbae:
….nam causam iusti semper amoris habent. [10]
Hic placet, angustis quod equum compescit habenis,
….hic placidam niueo pectore pellit aquam;
hic, quia fortis adest audacia, cepit; at illi
….uirgineus teneras stat pudor ante genas.
Sed ne te capiant, primo si forte negabit, [15]
….taedia; paulatim sub iuga colla dabit:
longa dies homini docuit parere leones,
….longa dies molli saxa peredit aqua;
annus in apricis maturat collibus uuas,
….annus agit certa lucida signa uice. [20]
Nec iurare time: Veneris periuria uenti..
….inrita per terras et freta summa ferunt.
Gratia magna Ioui: uetuit Pater ipse ualere,
….iurasset cupide quidquid ineptus amor;
perque suas impune sinit Dictynna sagittas [25]
….adfirmes, crines perque Minerua suos.
At si tardus eris errabis: transiet aetas
….quam cito non segnis stat remeatque dies.
Quam cito purpureos deperdit terra colores,
….quam cito formosas populus alta comas. [30]
Quam iacet, infirmae uenere ubi fata senectae,
….qui prior Eleo est carcere missus equus.
Vidi iam iuuenem, premeret cum serior aetas,
….maerentem stultos praeteriisse dies.
Crudeles diui! serpens nouus exuit annos: [35]
….formae non ullam fata dedere moram.
Solis aeterna est Baccho Phoeboque iuuentas:
….nam decet intonsus crinis utrumque deum.
Tu, puero quodcumque tuo temptare libebit,
….cedas: obsequio plurima uincet amor. [40]
Neu comes ire neges, quamuis uia longa paretur
….et Canis arenti torreat arua siti,
quamuis praetexens picta ferrugine caelum
….uenturam amiciat imbrifer arcus aquam;
uel si caeruleas puppi uolet ire per undas, [45]
….ipse leuem remo per freta pelle ratem.
Nec te paeniteat duros subiisse labores
….aut opera insuetas atteruisse manus;
nec, uelit insidiis altas si claudere ualles,
….dum placeas, umeri retia ferre negent; [50]
si uolet arma, leui temptabis ludere dextra,
….saepe dabis nudum, uincat ut ille, latus.
Tunc tibi mitis erit, rapias tum cara licebit
…..oscula: pugnabit, sed tamen apta dabit.
Rapta dabit primo, post adferet ipse roganti, [55]
….post etiam collo se implicuisse uelit.
Heu! male nunc artes miseras haec saecula tractant:
….iam tener adsueuit munera uelle puer.
At tu, qui uenerem docuisti uendere primus,
….quisquis es, infelix urgeat ossa lapis. [60]
Pieridas, pueri, doctos et amate poetas,
….aurea nec superent munera Pieridas:
carmine purpurea est Nisi coma; carmina ni sint,
….ex umero Pelopis non nituisset ebur.
Quem referent Musae, uiuet, dum robora tellus, [65]
….dum caelum stellas, dum uehet amnis aquas.
At qui non audit Musas, qui uendit amorem,
….Idaeae currus ille sequatur Opis
et tercentenas erroribus expleat urbes
….et secet ad Phrygios uilia membra modos. [70]
Blanditiis uolt esse locum Venus ipsa; querellis
….supplicibus, miseris fletibus illa fauet.”
Haec mihi, quae canerem Titio, deus edidit ore:
….sed Titium coniunx haec meminisse uetat.
Pareat ille suae: uos me celebrate magistrum, [75]
….quos male habet multa callidus arte puer.
Gloria cuique sua est: me, qui spernentur, amantes
….consultent; cunctis ianua nostra patet.
Tempus erit, cum me Veneris praecepta ferentem
….deducat iuuenum sedula turba senem. [80]
Heu! heu! quam Marathus lento me torquet amore!
….Deficiunt artes, deficiuntque doli.
Parce, puer, quaeso, ne turpis fabula fiam,
….cum mea ridebunt uana magisteria.
Tradução de João Paulo Matedi Alves:
“Assim, umbrosas copas te cubram, Priapo,
….nem sol nem neve firam-te a cabeça.
Que ardil teu cativou os belos? Certamente,
….não tens barba nem coma condizentes.
Nu suportas o frio da bruma hibernal; [5}
….nu, dias secos da estival canícula.”
Assim falei: de Baco o descendente rústico,
….deus armado de curva foice, disse-me:
“ó, não creias na tenra turba de meninos,
….sempre motivo têm de justo amor. [10]
Este apraz por reter corcéis com rédea curta;
….este, água fresca fende em níveo peito;
este te cativou por ser valente; aquele,
….virgem pudor se eleva em tenra face.
Não desistas, se alguém no início se negar, [15]
….dará o pescoço ao jugo com vagar:
o tempo deu aos homens leões amansados,
….o tempo abriu, em água branda, rochas;
o ano madura as uvas sob o sol dos vales,
….o ano traz, regular, os astros rútilos. [20]
Podes jurar, o vento dissipa os perjúrios
….vãos de Vênus por sobre terra e mar.
Graças a Júpiter! O pai tornou inválidas
….juras ardentes de um insano amor;
e em vão Dictina deixa que jures por suas [25]
….flechas, Minerva pelos seus cabelos.
Mas, se hesitares, errarás: a idade foge.
…..Tão logo nasce o dia e já se esvai!
Tão logo a terra perde o purpúreo matiz!
….Tão logo o grande choupo, a bela coma! [30]
Jaz, vítima fatal da velhice, o cavalo
….que páreos liderou na raia Eleia.
Já vi homem aflito na maturidade,
….por ter passado à toa os tolos dias.
Deuses cruéis! Serpentes se despem dos anos: [35]
….não deram prazos à beleza os fados.
Só Baco e Febo são eternamente jovens,
….pois intonso cabelo quadra a ambos.
Tu, do menino sejam quaisquer os desejos,
….cedas: o amor triunfa com favores. [40]
Segue-o, mesmo em viagem longa, em que a canícula
….abrase com ardente sede os campos;
mesmo que o arco chuvoso, que colore o céu
….plúmbeo, revele chuvas iminentes;
ou se quiser fender à quilha o mar cerúleo, [45]
….lança tu próprio a nave contra as vagas.
Não te arrependas dura faina suportar
….ou machucar as mãos, hostis à lida.
Se ele quiser munir de insídias fundos vales,
….que lhe agrades levando aos ombros redes. [50]
Se ele quiser espadas, treina-o com mão leve,
….concede-lhe – que vença! – o flanco nu.
E será bom contigo, então roubarás caros
….beijos: resistirá, mas os dará.
Dará no início à força, então te brindará, [55]
….por fim o teu pescoço abraçará.
Ai! Que arte desprezível pratica este século:
….por vezo já se vende o meu menino.
Mas tu, primeiro que vendeste vênus, sejas
….lá quem for, seja-te pesada a lápide. [60]
Doutos vates amai, meninos, e as Piérides;
….áureos brindes não vençam as Piérides.
Devido aos carmes, coma purpúrea tem Niso;
….pelo poema, ebúrneos ombros, Pélops.
Vive quem Musa louva, enquanto der a terra [65]
….carvalho; o céu, estrela; o rio, água.
Mas quem não ouve as Musas, quem o amor seu vende,
….persiga o carro de Ops do Monte Ida;
em seu errar percorra trezentas cidades,
….corte o vil membro ao som da flauta Frígia. [70]
Para a ternura Vênus quer lugar: às súplicas
….ela será bondosa e ao triste pranto”.
Isso, para eu cantar a Tício, disse o deus,
….mas a Tício lembrar a esposa impede.
Que ele obedeça. Vós, que manhoso menino [75]
….seduz com arte, celebrai-me mestre.
Todos têm sua glória: tenho a porta aberta
….às consultas de amantes desprezados.
Um dia, atentos jovens me acompanharão,
….já velho, rico nas lições de Vênus. [80]
Ai! Quão longo tormento é meu amor por Márato!
….Falham ardis e falham artifícios.
Rogo, menino, poupa-me! Que não debochem
….de mim, por rirem de meus vãos preceitos.
(Ilustração: Pompeia - afresco do deus Priapo pesando seu membro com uma balança)
quinta-feira, 25 de março de 2021
O VALOR E A MAJESTADE DA MINHA AVÓ, de Maya Angelou
segunda-feira, 22 de março de 2021
הסיפור על הערבי שמת בשריפה / A HISTÓRIA DO ÁRABE QUE MORREU NO INCÊNDIO, דליה רביקוביץ' / Dahlia Ravikovitch
כְּשֶׁהָאֵשׁ אָחֲזָה בְּגוּפוֹ זֶה לֹא קָרָה בְּהַדְרָגָה.
לֹא הָיָה קֹדֶם פֶּרֶץ חֹם,
אוֹ נַחְשׁוֹל עָשָׁן מַחְנִיק
וּתְחוּשָׁה שֶׁל חֶדֶר נוֹסָף שֶׁרוֹצִים לָנוּס אֵלָיו.
הָאֵשׁ אָחֲזָה בּוֹ מִיָּד,
אֵין לְזֶה מָשָׁל,
קִלְּפָה אֶת בְּגָדָיו
אָחֲזָה בִּבְשָׂרוֹ
עֲצַבֵּי הָעוֹר נִפְגְּעוּ רִאשׁוֹנִים
הַשֵּׂעָר הָיָה לְמַאֲכֹלֶת אֵשׁ,
אֱלֹהִים, שׂוֹרְפִים, הוּא צָעַק
וְזֶה כָּל מַה שֶּׁיָּכֹל לַעֲשׂוֹת לַהֲגָנָה עַצְמִית.
הַבָּשָׂר כְּבָר בָּעַר עִם קַרְשֵׁי הַצְּרִיף
שֶׁקִּיְּמוּ אֶת הַבְּעֵרָה בַּשָּׁלָב הָרִאשׁוֹן.
כְּבָר לֹא הָיְתָה בּוֹ דַּעַת,
מַאֲכֹלֶת הָאֵשׁ בַּבָּשָׂר
שִׁתְּקָה אֶת תְּחוּשַׁת הֶעָתִיד
וְאֶת זִכְרוֹנוֹת מִשְׁפַּחְתּוֹ.
כְּבָר לֹא הָיָה לוֹ קֶשֶׁר לְיַלְדוּתוֹ.
וְהוּא צָרַח בְּלִי בְּלָמִים שִׂכְלִיִּים
וְאִבֵּד אֶת הַקֶּשֶׁר עִם כָּל מִשְׁפַּחְתּוֹ
וְהוּא לֹא בִּקֵּשׁ נְקָמָה, תְּשׁוּעָה, לִרְאוֹת אֶת הַשַּׁחַר הַבָּא.
הוּא רַק רָצָה לְהַפְסִיק לִבְעֹר
אֲבָל גּוּפוֹ שֶׁלּוֹ פִּרְנֵס אֶת הַבְּעֵרָה.
וְהוּא הָיָה כְּמוֹ עָקוּד וְקָשׁוּר
וְגַם עַל כָּךְ הוּא לֹא חָשַׁב.
וְהוּא הוֹסִיף לִבְעֹר בְּכוֹחַ גּוּפוֹ
הֶעָשׂוּי בָּשָׂר וְחֵלֶב וְגִידִים.
וְהוּא בָּעַר הַרְבֵּה זְמַן.
וְיָצְאוּ מִגְּרוֹנוֹ קוֹלוֹת לֹא אֱנוֹשִׁיִּים
כִּי הַרְבֵּה תִּפְקוּדִים אֱנוֹשִׁיִּים כְּבָר פָּסְקוּ אֶצְלוֹ,
לְהוֹצִיא אֶת הַכְּאֵב שֶׁמּוֹלִיכִים הָעֲצַבִּים
בִּזְרָמִים חַשְׁמַלִּיִּים לְמֶרְכַּז הַכְּאֵב בַּמּוֹחַ.
וְזֶה לֹא נִמְשַׁךְ יוֹתֵר מִיּוֹם אֶחָד.
וְטוֹב שֶׁיָּצְאָה נִשְׁמָתוֹ בַּיּוֹם הַזֶּה,
כִּי הִגִּיעַ לוֹ לָנוּחַ.
תודה למאור תמם על התזכורת לשיר הקשה והחשוב הזה, שלמרבה הצער, הפך
Tradução de Adriano Scandolara, via Tsipi Keller:
Quando o fogo pegou seu corpo, não foi gradualmente
Não houve um primeiro estouro de calor,
nem rajada da fumaça que sufoca,
ou uma noção de algum lugar próximo
para onde fugir.
A chama o pegou instantaneamente –
isso não tem símile –
tirou suas roupas,
chamuscou-lhe a carne.
Os nervos epidérmicos foram atingidos primeiro,
o cabelo alimentou a chama,
Meu Deus, ele gritou, queima,
e foi só isso que pôde fazer em autodefesa.
A carne já queimava com as tábuas do barraco,
que alimentaram a chama no primeiro estágio.
Ele não mais possuía compreensão;
a chama alimentada na carne
amortecia a noção do futuro.
Ele não tinha mais vínculo com sua infância.
E gritava sem quaisquer freios mentais
e perdeu toda a relação com os familiares;
não rogava por vingança, salvação,
não rogava para ver a manhã do dia seguinte.
Desejava só parar de queimar,
mas o próprio corpo mantinha o fogo.
Era como se estivesse preso e amarrado –
mas não pensava nisso também.
E continuou a queimar com o vigor de seu corpo
feito de carne, medula e nervos.
E queimou por muito tempo.
E sons desumanos emanaram de sua garganta,
pois várias funções humanas já haviam parado de funcionar,
exceto pela dor que os nervos conduzem em correntes elétricas ao centro de dor no cérebro.
E não durou mais do que um dia.
E felizmente seu espírito rendeu-se aquele dia,
ele merecia descanso.
(Ilustração: Salvador Dalí - Flagellation à la colonne, 1964)
sexta-feira, 19 de março de 2021
QUANDO VOCÊ CRESCER, TALVEZ NÃO TENHA UM EMPREGO, de Yuval Noah Harari
1. Gregory R. Woirol, The Technological Unemployment and Structural Unemployment Debates (Westport: Greenwood Press, 1996, pp. 18-20); Amy Sue Bix, Inventing Ourselves out of Jobs? America’s Debate over Technological Unemployment, 1929-1981 (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2000, pp. 1-8). Joel Mokyr, Chris Vickers e Nicolas L. Ziebarth, “The History of Technological Anxiety and the Future of Economic Growth: Is
This Time Different?” (Journal of Economic Perspectives, v. 29, n. 3, pp. 33-42, 2015). Joe Mokyr, The gifts of Athena: Historical Origins of the Knowledge Economy (Princeton: Princeton University Press, 2002, pp. 255-7). David
H. Autor, “Why Are There Still So Many Jobs? The History and the Future of Workplace Automation” (Journal of Economic Perspectives, v. 29, n. 3, pp. 3-30, 2015). Melanie Arntz, Terry Gregory e Ulrich Zierahn, “The Risk of Automation for Jobs in OECD Countries” (OECD Social, Employment and Migration Working Papers, n. 189, 2016). Maria Cristina Piva e Marco Vivarelli, “Technological Change and Employment: Were Ricardo and Marx Right?” (iza Institute of Labor Economics, Discussion Paper N. 10471, 2017).
2. Veja, por exemplo, a IA superando o homem: em condições de voo, e especialmente em simulações de combateaéreo: Nicholas Ernest et al., “Genetic Fuzzy Based Artificial Intelligence for Unmanned Combat Aerial Vehicle Control in Simulated Air Combat Missions” (Journal of Defense Management, v. 6, n. 1, pp. 1-7, 2016); sobre tutoria inteligente e sistemas de ensino: Kurt VanLehn, “The Relative Effectiveness of Human Tutoring, Intelligent Tutoring Systems, and Other Tutoring Systems” (Educational Psychologist, v. 46, n. 4, pp. 197-221, 2011); negociação algorítmica: Giuseppe Nuti et al., “Algorithmic Trading” (Computer, v. 44, n. 11, pp. 61-9, 2011); planejamento financeiro, gerência de portfólios etc.: Arash Baharammirzaee, “A Comparative Survey of Artificial Intelligence Applications in Finance: Artificial Neural Networks, Expert System and Hybrid Intelligent Systems” (Neural Computing and Applications, v. 19, n. 8, pp. 1165-95, 2010); análise de dados complexos em sistemas médicos e produção de diagnóstico e tratamento: Marjorie Glass Zauderer et al., “Piloting IBM Watson Oncology within Memorial Sloan Kettering’s Regional Network” (Journal of Clinical Oncology, v. 32, n. 15, e17653, 2014); criação de textos originais em linguagem natural a partir de maciça quantidade de dados: Jean-Sébastien Vayre et al., “Communication Mediated through Natural Language Generation in Big Data Environments: The Case of Nomao” (Journal of Computer and Communication, v. 5, pp. 125-48, 2017); reconhecimento facial: Florian Schroff, Dmitry Kalenichenko e James Philbin, “FaceNet: A Unified Embedding for Face Recognition and Clustering” (ieee
Conference on Computer Vision and Pattern Recognition — CVPR, pp. 815-23, 2015); direção de veículos: Cristiano Premebida, “A Lidar and Vision-based Approach for Pedestrian and Vehicle Detection and Tracking” (ieee Intelligent Transportation Systems Conference, 2007).
3. Daniel Kahneman, Thinking, Fast and Slow [Rápido e devagar, duas formas de pensar] (Nova York: Farrar,
Straus & Giroux, 2011). Dan Ariely, Predictably Irrational (Nova York: Harper, 2009). Brian D. Ripley, Pattern Recognition and Neural Networks (Cambridge: Cambridge University Press, 2007). Christopher M. Bishop, Pattern Recognition and Machine Learning (Nova York: Springer, 2007).
4. Seyed Azimi et al., “Vehicular Networks for Collision Avoidance at Intersections” (sae International Journal of Passenger Cars — Mechanical Systems, v. 4, pp. 406-16, 2011). Swarun Kumar et al., “CarSpeak: A Content-Centric Network for Autonomous Driving” (sigcom Computer Communication Review, v. 42, pp. 259-70, 2012). Mihail L. Sichitiu and Maria Kihl, “Inter-Vehicle Communication Systems: A Survey” (ieee Communications Surveys & Tutorials, p. 10, 2008). Mario Gerla, Eun-Kyu Lee e Giovanni Pau, “Internet of Vehicles: From Intelligent Grid to Autonomous Cars and Vehicular Clouds” (ieee World Forum on Internet of Things — wf-iot, pp. 241-6, 2014).
5. David D. Luxton et al., “Health for Mental Health: Integrating Smartphone Technology in Behavioural Healthcare” (Professional Psychology: Research and Practice, v. 42, n. 6, pp. 505-12, 2011). Abu Saleh Mohammad Mosa, Illhoi Yoo e Lincoln Sheets, “A Systematic Review of Healthcare Application for Smartphones” (bmc Medical Informatics and Decision Making, v. 12, n. 1, p. 67, 2012). Karl Frederick Braekkan Payne, Heather Wharrad e Kim Watts, “Smartphone and Medical Related App Use among Medical Students and Junior Doctors in the United Kingdom (UK): A Regional Survey” (bmc Medical Informatics and Decision Making, v. 12, n. 1, p. 121, 2012). Sandeep Kumar Vashist, E. Marion Schneider e John H. T. Loung, “Commercial Smartphone-Based Devices and Smart Applications for Personalised Healthcare Monitoring and Management” (Diagnostics, v. 4, n. 3, pp. 104-28, 2014). Maged N. Kamel Bouls et al., “How Smartphones Are Changing the Face of Mobile and Participatory Healthcare: An Overview, with Example from eCAALYX” (BioMedical Engineering OnLine, v. 10, n. 24, 2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1186/1475-925X-10-24>. Acesso em: 30 jul. 2017. Paul J. F. White, Blake W. Podaima e Marcia R. Friesen, “Algorithms for Smartphone and Tablet Image Analysis for Healthcare Applications” (ieee Access, v. 2, pp. 831-40, 2014).
6. World Health Organization, Global Status Report on Road Safety 2015 (2016); “Estimates for 2000-2015, Cause-Specific Mortality”. Disponível em: <http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html>. Acesso em: 6 set. 2017.
7. Para uma pesquisa sobre a causa de acidentes automobilísticos nos Estados Unidos, veja: Daniel J. Fagnant eKara Kockelman, “Preparing a Nation for Autonomous Vehicles: Opportunities, Barriers and Policy Recommendations” (Transportation Research Part A: Policy and Practice, v. 77, pp. 167-81, 2015); para uma pesquisa em âmbito mundial, veja, por exemplo: OECD/ITF, Road Safety Annual Report 2016 (Paris: OECD Publishing, 2016). Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/irtad-2016-en>. Acesso em: 6 set. 2017.
8. Kristofer D. Kusano e Hampton C. Gabler, “Safety Benefits of Forward Collision Warning, Brake Assist, andAutonomous Braking Systems in Rear-End Collisions” (ieee Transactions on Intelligent Transportation Systems, v. 13, n. 4, pp. 1546-55, 2012); James M. Anderson et al., Autonomous Vehicle Technology: A Guide for Policymakers (Santa Monica: RAND Corporation, 2014, esp. pp. 13-5); Daniel J. Fagnant e Kara Kockelman, “Preparing a Nation for Autonomous Vehicles: Opportunities, Barriers and Policy Recommendations” (Transportation Research Part A: Policy and Practice, v. 77, pp. 167-81, 2015); Jean-Francois Bonnefon, Azim Shariff e IyadRahwan, “Autonomous Vehicles Need Experimental Ethics: Are We Ready for Utilitarian Cars?”, (arXiv, pp. 1-15, 2015). Para sugestões de redes interveiculares para evitar colisões, veja: Seyed R. Azimi et al., “Vehicular Networks for Collision Avoidance at Intersections” (sae International Journal of Passenger Cars — Mechanical Systems, v. 4, n. 1, pp. 406-16, 2011); Swarun Kumar et al., “CarSpeak: A Content-Centric Network for Autonomous Driving” (sigcom Computer Communication Review, v. 42, n. 4, pp. 259-70, 2012); Mihail L. Sichitiu e Maria Kihl, “Inter-Vehicle Communication Systems: A Survey” (ieee Communications Surveys & Tutorials, v. 10, n. 2, 2008); Mario Gerla et al., “Internet of Vehicles: From Intelligent Grid to Autonomous Cars and Vehicular Clouds” (ieee World Forum on Internet of Things — wf-iot, pp. 241-6, 2014).
(21 lições para o século XXI; tradução de Paulo Geiger)
(Ilustração: pintura digital criada pela inteligência artificial da Google)
terça-feira, 16 de março de 2021
NO BANHO, de Adolfo Caminha
Ninfas do bosque, Náiades formosas,
Sátiros, Faunos, vinde vê-la agora,
Nua, no banho, esta ideal senhora,
Que em beleza e frescura excede as rosas.
Vinde todos depressa!… Ei-la que cora,
Ei-la que solta as tranças graciosas
Sobre as espáduas níveas, capitosas…
Ei-la que treme à loura luz da aurora…
Tinge-se o céu de cores purpurinas,
O sol desponta; as tímidas boninas
Mostram à luz os cálices dourados.
Vede-as, Ninfas, agora: os nacarados
Lábios, os seios túmidos, nevados,
Segredam coisas ideais, divinas.
(Ilustração: Edgar Degas, 1885: After the Bath, study)
sábado, 13 de março de 2021
MATA, QUE AMANHÃ FAREMOS OUTRO, de Pauline Chiziane
domingo, 7 de março de 2021
NAVALHA DE OCCAM, de Willyans Maciel
quinta-feira, 4 de março de 2021
FEMME NUE, FEMME NOIRE... / MULHER NUA, MULHER NEGRA, de Léopold Sédar Senghor
Femme nue, femme noire
Vétue de ta couleur qui est vie,
de ta forme qui est beauté
J'ai grandi à ton ombre;
la douceur de tes mains bandait mes yeux
Et voilà qu'au coeur de l'Eté et de Midi,
Je te découvre, Terre promise,
du haut d'un haut col calciné
Et ta beauté me foudroie en plein coeur,
comme l'éclair d'un aigle
Femme nue, femme obscure
Fruit mûr à la chair ferme,
sombres extases du vin noir, bouche qui fais
lyrique ma bouche
Savane aux horizons purs,
savane qui frémis aux caresses ferventes du Vent d'Est
Tamtam sculpté,
tamtam tendu qui gronde sous les doigts du vainqueur
Ta voix grave de contralto est le chant spirituel de l'Aimée
Femme noire, femme obscure
Huile que ne ride nul souffle,
huile calme aux flancs de l'athlète, aux
flancs des princes du Mali
Gazelle aux attaches célestes,
les perles sont étoiles sur la nuit de ta peau.
Délices des jeux de l'Esprit,
les reflets de l'or ronge ta peau qui se moire
A l'ombre de ta chevelure,
s'éclaire mon angoisse aux soleils prochains
de tes yeux.
Femme nue, femme noire
Je chante ta beauté qui passe,
forme que je fixe dans l'Eternel
Avant que le destin jaloux
ne te réduise en cendres pour nourrir les
racines de la vie.
Tradução de Leo Gonçalves:
mulher nua, mulher negra
vestida de tua cor que é vida, de tua forma que é beleza!
eu cresci à tua sombra;
a doçura de tuas mãos vendava meus olhos.
e eis que no ventre do verão e do meio-dia,
eu te descubro, terra prometida,
do alto de um alto colo calcinado
e tua beleza me acerta em pleno peito,
como o relâmpago de uma águia.
mulher nua, mulher obscura
fruto maduro de carne firme,
sombrios êxtases do vinho negro,
boca que bota lírica a minha boca.
savana dos horizontes puros,
savana que freme às carícias quentes do vento leste
atabaque esculpido,
atabaque tenso que rosna sob os dedos do vencedor
tua voz grave de contralto é o cântico espiritual da amada.
mulher nua, mulher obscura
azeite que não crispa nenhum sopro,
azeite plácido nos flancos do atleta,
nos flancos dos príncipes do mali
gazela de laços celestes,
as pérolas são estrelas sobre a noite de tua pele
gozo de jogos espirituosos,
os reflexos do ouro rubro sobre tua pele que rebrilha
à sombra de teus cabelos, se esclarece minha angústia
aos sóis próximos de teus olhos.
mulher nua, mulher negra
eu canto tua beleza que passa,
forma que fixo no eterno
antes que o destino cioso
te reduza a cinzas para nutrir as raízes da vida.
Tradução de Guilherme de Souza Castro:
Mulher nua, mulher negra
Vestida de tua cor que é vida, de tua forma que é beleza!
Cresci à tua sombra; a doçura de tuas mãos acariciou os meus olhos.
E eis que, no auge do verão, em pleno Sul, eu te descubro,
Terra prometida, do cimo de alto desfiladeiro calcinado,
E tua beleza me atinge em pleno coração, como o golpe certeiro
de uma águia.
Fêmea nua, fêmea escura.
Fruto sazonado de carne vigorosa, êxtase escuro de vinho negro,
boca que faz lírica a minha boca
savana de horizontes puros, savana que freme com
as carícias ardentes do vento Leste.
Tam-tam escultural, tenso tambor que murmura sob os dedos
do vencedor
Tua voz grave de contralto é o canto espiritual da Amada.
Fêmea nua, fêmea negra,
Lençol de óleo que nenhum sopro enruga, óleo calmo nos flancos do atleta,
nos flancos dos príncipes do Mali.
Gazela de adornos celestes, as pérolas são estrelas sobre
a noite da tua pele.
Delícia do espírito, as cintilações de ouro sobre tua pele que ondula
à sombra de tua cabeleira. Dissipa-se minha angústia,
ante o sol dos teus olhos.
Mulher nua, fêmea negra,
Eu te canto a beleza passageira para fixá-la eternamente,
antes que o zelo do destino te reduza a cinzas para
alimentar as raízes da vida.
(Ilustração: Odette Dalpé)
segunda-feira, 1 de março de 2021
LÉOPOLD SÉDAR SENGHOR (1906—2001), de Ieda Machado Ribeiro dos Santos