domingo, 28 de abril de 2019

WORLD’S END / FIM DO MUNDO, de Laura Riding







The tympanum is worn thin.

The iris is become transparent.

The sense has overlasted.

Sense itself is transparent.

Speed has caught up with speed.

Earth rounds out earth.

The mind puts the mind by.

Clear spectacle: where is the eye?



All is lost, no danger

Forces the heroic hand.

No bodies in bodies stand

Oppositely. The complete world

Is likeness in every corner.

The names of contrast fall

Into the widening centre.

A dry sea extends the universal.



No suit and no denial

Disturb the general proof.

Logic has logic, they remain

Locked in each other’s arms,

Or were otherwise insane,

With all lost and nothing to prove

That even nothing can live through love.



Tradução de Rodrigo Garcia Lopes: 




O tímpano está no fim.

A íris ficou transparente.

O sentido se desgasta.

Até o sentido está transparente.

A pressa alcança a pressa.

A terra arredonda a terra.

A mente encosta a mente.

Claro espetáculo: cadê o olho?



Tudo perdido, nenhum perigo

Força a mão heroica.

Corpos não se opõem mais

Um contra o outro. O mundo acabado

É semelhança em toda parte.

Caem os nomes do contraste

No centro que se expande.

O mar seco estende o universal.



Nem súplica nem negativa

Perturbam a evidência geral.

A lógica tem lógica, e eles ficam

Trancados nos braços um do outro,

Senão seriam loucos,

Com tudo perdido e nada que prove

Que até o nada sobrevive ao amor. 





(Ilustração: Edvard Munch - the death and the young girl)

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