sábado, 17 de janeiro de 2015

SONETILHO DE VERÃO, de Paulo Henriques Brito




    




Traído pelas palavras.

O mundo não tem conserto.

Meu coração se agonia.

Minha alma se escalavra.

Meu corpo não liga não.

A ideia resiste ao verso,

o verso recusa a rima,

a rima afronta a razão

e a razão desatina.

Desejo manda lembranças.

O poema não deu certo.

A vida não deu em nada.

Não há deus. Não há esperança.

Amanhã deve dar praia.





(Trovar Claro)






(Ilustração: afresco de Pompeia)









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