placentas curvam-se
na paisagem de cetim
há um sopro roçando as algemas da esquina
noutro lado da praça
com as palavras
grudadas à garganta
gralhas se amontoaram
e sem pressa
os pés das surdas malhas incham-se
como águas escuras
as cômodas
soterraram até aqueles que estavam fugindo
outros foram sugados nas ruidosas telas
dos escombros vagarosos
os poetas se refugiaram nas conchas soníferas
eu captei os subterfúgios
uma lesma cresceu de dentro do asfalto
do outro lado da ponte
meninas macumbeiras enterraram seus tesouros
meus instintos falharam na sobrevivência
só espero uma epifania
enquanto os gigantes da paralisia desmancham os corpos da cidade
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