quarta-feira, 3 de agosto de 2011

LE MIROIR D’UN MOMENT/ESPELHO DE UM MOMENTO, de Paul Éluard







Il dissipe le jour,
Il montre aux hommes les images déliées de l’apparence,
Il enlève aux hommes la possibilité de se distraire.
Il est dur comme la pierre,
La pierre informe,
La pierre du movement et de la rue,
Et son éclat est tel que toutes les armures, tous les
masques en sont faussés.
Ce que la main a pris dédaigne même de pendre la
forme de la main,
Ce qui a été compris n’existe plus,
L’oiseau se confondu avec le vent,
Le ciel avec sa vérité,
L’homme avec sa realité.



Tradução de Cláudio Veiga:



Ele dissipa a claridade
Mostra aos homens as imagens sutis da aparência
Arrebata aos homens a possibilidade de se distraírem.
É duro quanto a pedra,
A pedra informe,
A pedra do movimento e da rua,
E seu brilho é tal que todas as armaduras, todas as
máscaras se deformam.
O que a mão tomou desdenha mesmo de tomar a forma da mão.
O que foi compreendido não existe mais,
A ave se confundiu com o vento,
O céu com sua verdade
O homem com sua realidade.



(Antologia da Poesia Francesa - do Século IV ao Século XX)



(Ilustração: Botero - morning)


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