quarta-feira, 21 de abril de 2021

WHEN YOU ARE OLD / QUANDO VELHA / MOMENTO DA VELHICE / QUANDO FORES VELHA, de W. B. Yeats

 


When you are old and grey and full of sleep,

And nodding by the fire, take down this book,

And slowly read, and dream of the soft look

Your eyes had once, and of their shadows deep;



How many loved your moments of glad grace,

And loved your beauty with love false or true,

But one man loved the pilgrim soul in you,

And loved the sorrows of your changing face;



And bending down beside the glowing bars,

Murmur, a little sadly, how Love fled

And paced upon the mountains overhead

And hid his face amid a crowd of stars.



Tradução de Rodrigo Suzuki Cintra (Quando velha):



Quando velha e grisalha e cheia de sono,

E cochilando ao fogo, resolver esse livro pegar,

Lendo-o lentamente, sonhando com o doce olhar

Que costumavas ter, com suas sombras de abandono;



Quantos amaram teus momentos de imensa graça,

E amaram, de verdade ou não, tua beleza,

Mas apenas um homem amou tua tristeza,

E amou os sofrimentos de tua face em mudança;



E ao dobrar-te sobre as brasas para vê-las,

Murmurar, quase infeliz, como voou o amor radiante,

Passou por cima das montanhas logo adiante,

E escondeu sua face ao meio de um milhão de estrelas.



Tradução de Cunha e Silva Filho (Momento da velhice):



Quando a velhice chegar, grisalha e sonolenta,

A cabeça movendo-se, ao pé da lareira, pegue este livro

Leia-o sem pressa, e sonhe com o doce olhar de outrora

E sonhe com suas sombras profundas.



Quantos lhe amaram o tempo de viço e alegrias

Quantos lhe amaram a beleza com sinceridade, ou não.

Um homem, porém, sua alma peregrina amou, sim,

E amou ainda as tristezas de sua face mutável.



Inclinando-se, junto às grades em brasas

Sussurrou algo triste: o amor se foi e

Atravessou as montanhas bem distantes

E ela, entre miríades de estrelas, dele ocultou a face.



Tradução de José Agostinho Baptista (Quando fores velha):



Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,

Dormitando junto à lareira, toma este livro,

Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar

Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;



Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,

Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,

Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,

E amou as mágoas do teu rosto que mudava;



Inclinada sobre o ferro incandescente,

Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou

E em largos passos galgou as montanhas

Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.



(The Rose;1893)



(Ilustração: George Gillis Haanen 1834)

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