quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

INVICTUS / INVICTO / INVENCÍVEL, de William Ernest Henley


 





Out of the night that covers me,

Black as the pit from pole to pole,

I thank whatever gods may be

For my unconquerable soul.



In the fell clutch of circumstance

I have not winced nor cried aloud.

Under the bludgeonings of chance

My head is bloody, but unbowed.



Beyond this place of wrath and tears

Looms but the horror of the shade,

And yet the menace of the years

Finds and shall find me unafraid.



It matters not how strait the gate,

How charged with punishments the scroll,

I am the master of my fate:

I am the captain of my soul.



Tradução de André C S Masini:


Do fundo desta noite que persiste

A me envolver em breu - eterno e espesso,

A qualquer deus - se algum acaso existe,

Por mi’alma insubjugável agradeço.



Nas garras do destino e seus estragos,

Sob os golpes que o acaso atira e acerta,

Nunca me lamentei - e ainda trago

Minha cabeça - embora em sangue - ereta.



Além deste oceano de lamúria,

Somente o Horror das trevas se divisa;

Porém o tempo, a consumir-se em fúria,

Não me amedronta, nem me martiriza.



Por ser estreita a fenda - eu não declino,

Nem por pesada a mão que o mundo espalma;

Eu sou o mestre de meu destino;

Eu sou o capitão de minha alma.





Tradução de Thereza Christina Rocque da Motta:


Da noite escura que me cobre,

Como uma cova de lado a lado,

Agradeço a todos os deuses

A minha alma invencível.



Nas garras ardis das circunstâncias,

Não titubeei e sequer chorei.

Sob os golpes do infortúnio

Minha cabeça sangra, ainda erguida.



Além deste vale de ira e lágrimas,

Assoma-se o horror das sombras,

E apesar dos anos ameaçadores,

Encontram-me sempre destemido.



Não importa quão estreita a passagem,

Quantas punições ainda sofrerei,

Sou o senhor do meu destino,

E o condutor da minha alma.



Tradução de Bezerra de Freitas:



Do fundo da noite que me envolve,

Negra como o Inferno dum polo ao outro,

Eu agradeço aos deuses, não importa quais,

Pela minha alma inconquistável.



Dominado pelas circunstâncias,

Não me rebelei nem me insurgi.

Sob os golpes do destino

Minha cabeça está ensanguentada, mas não pendida.



Além deste vale de cóleras e lágrimas,

Cresce de forma nítida o horror das sombras,

E, no entanto, a ameaça dos anos,

Agora e sempre, me encontrou sem temor.



Não importa que estreito seja o portão,

Como cheio de castigos e pergaminho,

Eu sou o dono do meu destino:

Eu sou o comandante da minha alma.



Tradução de Daniel Grimoni:


Nesta noite que me oculta,

Escura como o Inferno, de lado a lado,

Agradeço a qualquer deus que escuta

Pela alma inconquistável que trago.



Nas garras vis da fortuna infame

Não me abalei ou gritei em lamento.

Sob os golpes que o acaso derrame

Erguer-me-ei altivo, embora sangrento.





Além deste antro de lágrimas e ira

Assoma apenas o Horror desconhecido.

Contudo a sombra dos anos, que a mim mira,

Acha-me, e há de me achar, destemido.



Não importa que o caminho seja estreitado,

Ou quão profundo me aflija a punição.

Eu sou o mestre de meu fado;

De minha alma, o capitão.




Tradução de Robson Duarte:



Desta noite que me cobre

Negra como um poço de borda a borda

Eu agradeço a quaisquer deuses que haja

Por minha alma inconquistável



Na cruel garra da circunstância

Eu não recuei nem gritei

Sob os golpes da sorte

Minha cabeça está ensanguentada mas não curvada



Além deste lugar de fúria e lágrimas

Surge apenas o horror da sombra

E ainda com a ameaça dos anos

Encontra, e há de encontrar-me, sem temor



Não importa quão estreito o portão

Quão carregado de punições o pergaminho

Eu sou o mestre me meu destino

Eu sou o capitão de minha alma.



Tradução e adaptação Humberto Ferro Neto:


Dentro da noite que me invade

Negra, de polo a polo, como poço insondável

Agradeço a toda e qualquer divindade

Pela minha alma indomável.



Nas garras de fel da fortuna

Não alardeei meu pranto, tampouco me deixei acanhar,

Pelo acaso sendo surrado à borduna,

Minha cabeça sangra, mas não se deixa vergar,



Além deste lugar de ódio e sofrimentos

Só assoma das trevas o horror

E mesmo assim, a ameaça dos tempos

Me encontra e me encontrará sem temor



Quão estreito seja o portão, não me amofino

Nem quão repleta de martírios a palma,



Sou MESTRE do meu destino!!!

Sou CAPITÃO da minh'alma!!!




(Ilustração: Javier Arizabalo García)






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