sexta-feira, 21 de agosto de 2015

THE SHAMPOO / O BANHO DE XAMPU, de Elizabeth Bishop









The still explosions on the rocks,

the lichens, grow

by spreading, gray, concentric shocks.

They have arranged

to meet the rings around the moon, although

within our memories they have not changed.

And since the heavens will attend

as long on us,

you’ve been, dear friend,

precipitate and pragmatical;

and look what happens. For Time is

nothing if not amenable.

The shooting stars in your black hair

in bright formation

are flocking where,

so straight, so soon?

—Come, let me wash it in this big tin basin,

battered and shiny like the moon.





Tradução de Paulo Henriques Britto:




Os liquens — silenciosas explosões

nas pedras — crescem e engordam,

concêntricas, cinzentas concussões.

Têm um encontro marcado com

os halos ao redor da lua, embora

até o momento nada tenha mudado.

E como o céu há de nos dar guarida,

enquanto isso não se der,

você há de convir, amiga,

que se precipitou;

e eis no que dá. Porque o Tempo é,

mais que tudo, contemporizador.

No teu cabelo negro brilham estrelas

cadentes, arredias.

Para onde irão elas

tão cedo, resolutas?

— Vem, deixa eu lavá-lo, aqui nessa bacia

amassada e brilhante como a lua.




(Poemas do Brasil)





(Ilustração: Gianni Strino)







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