segunda-feira, 11 de maio de 2015

TERRA LONGÍNQUA, de Dhalia Ravikovitz













Esta noite voltei em um barco à vela

Das ilhas do sol e dos arbustos de corais.

Donzelas ornadas com pentes de ouro

Continuaram na praia das ilhas do sol.

Durante quatro anos de mel e de leite

Passeei pelas ilhas do sol.

Os cabazes achavam-se cheios de frutos.

As cerejas resplandeciam ao sol.

Marinheiros e marujos de setenta países

Navegavam para as ilhas do sol.

E durante quatro anos, sob o sol ardente,

Eu contei as naves de ouro.

Durante quatro anos redondos de maçãs

Eu uni fieiras de corais.

Mercadores e bufarinheiros das ilhas do sol

Estendiam tecidos escarlates.

O mar era profundo no fundo das profundezas

Quando voltei das ilhas do sol.

Gotas de luz pesadas feito o mel

Rolavam sobre a ilha à hora do poente.





(Quatro mil anos de poesia; tradução de J. Guinsburg)




(Ilustração: Thomas Cole - The Course Empire of Consummation, 1835 - 1836)



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