domingo, 2 de junho de 2013

POEMAS, de Giuseppe Ungaretti






ETERNO


Entre uma flor colhida e o dom de outra
o nada inexprimível



UNIVERSO

Do mar
me fiz talhar
um ataúde:
puro frescor



MANHÃ

Deslumbro-me
de imenso



ROSAS EM CHAMAS

Sobre um oceano
que tilinta
repentina
voga uma outra manhã



JUNO

Redonda ao ponto de me dar tormento
A tua coxa destaca de sobre a outra...

Dilate essa tua fúria uma acre noite!


(Tradução: Haroldo de Campos)




(Ilustração: Jean-Marie  Poumeyrol)




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