segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DESDE O FOGO, de Elizabeth Hazin







Sou triste
desde o fogo impresso na argila:
odeio todos os deuses.
Minha tristeza vem desde o nome
a revelar-me  a sede
a fome
a farsa que me corrói a face
nua.
Não quero essa alma que me queima:
de  barro estava bem.
Arde em meus olhos o desejo dos deuses
(como o dos homens).
Não quero a palavra
acesa
que à minha revelia me incendeia:
de repente
é impossível  restar calada.
Desde o fogo
a tristeza nos consome.



(Ilustração: Andrew Wyeth - overflow)





Nenhum comentário:

Postar um comentário