terça-feira, 10 de julho de 2012

ARIEL / ARIEL, de Sylvia Plath






Stasis in darkness.
Then the substanceless blue
Pour of tor and distances.

God's lioness,

How one we grow,
Pivot of heels and knees! -- The furrow

Splits and passes, sister to

The brown arc
Of the neck I cannot catch,

Nigger-eye

Berries cast dark
Hooks ----

Black sweet blood mouthfuls,

Shadows.
Something else

Hauls me through air ----

Thighs, hair;
Flakes from my heels.

White

Godiva, I unpeel ----
Dead hands, dead stringencies.

And now I

Foam to wheat, a glitter of seas.
The child's cry

Melts in the wall.

And I
Am the arrow,

The dew that flies,

Suicidal, at one with the drive
Into the red

Eye, the cauldron of morning.



Tradução de Rodrigo G. Lopes e  Maurício A. Mendonça:



 Êxtase no escuro, 

 E um fluir azul sem substância 
 De penhasco e distâncias. 

 Leoa de Deus, 

 Nos tornamos uma, 
 Eixo de calcanhares e joelhos! – O sulco 

 Fende e passa, irmã do 

 Arco castanho 
 Do pescoço que não posso abraçar, 

 Olhinegra 

 Bagas cospem escuras 
 Iscas – 

 Goles de sangue negro e doce, 

 Sombras. 
 Algo mais 

 Me arrasta pelos ares – 

 Coxas, pelos; 
 Escamas de meus calcanhares. 

 Godiva 

 Branca, me descasco – 
 Mãos secas, secas asperezas. 

 E agora 

 Espumo com o trigo, reflexo de mares. 
 O grito da criança 

 Escorre pelo muro 

 E eu 
 Sou flecha,  

 Orvalho que avança, 

 Suicida, e de uma vez se lança 
 Contra o olho 
 Vermelho, fornalha da manhã. 


Ter coragem de acabar

quando se quer, é privilégio
daqueles que viveram tão
intensamente que mais nada
os pode afetar.



(Poemas)


(Ilustração: Alyssa Monks - glass)

Nenhum comentário:

Postar um comentário