domingo, 5 de abril de 2015

TRISTESSE / TRISTEZA, de Alfred de Musset






    

J'ai perdu ma force et ma vie,

Et mes amis et ma gaieté;

J'ai perdu jusqu'à la fierté

Qui faisait croire à mon génie.



Quand j'ai connu la Vérité,

J'ai cru que c'était une amie ;

Quand je l'ai comprise et sentie,

J'en étais déjà dégoûté.



Et pourtant elle est éternelle,

Et ceux qui se sont passés d'elle

Ici-bas ont tout ignoré.



Dieu parle, il faut qu'on lui réponde.

Le seul bien qui me reste au monde

Est d'avoir quelquefois pleuré.




Tradução de Guilherme de Almeida:



Eu perdi minha vida e o alento,

E os amigos, e a intrepidez,

E até mesmo aquela altivez

Que me fez crer no meu talento.



Vi na verdade, certa vez,

A amiga do meu pensamento;

Mas, ao senti-la, num momento

O seu encanto se desfez.



Entretanto, ela é eterna, e aqueles

Que a desprezaram - pobre deles! -

Ignoraram tudo talvez.



Por ela Deus se manifesta.

O único bem que ainda me resta

É ter chorado uma ou outra vez. 





Tradução de Isaias Edson Sidney:





Perdi o ânimo e minha vida,

amigos e minha alegria;

‘té a vaidade está perdida

em que no meu talento eu cria.



Quando conheci a verdade

Acreditei que era uma amiga;

Quando a compreendi mais tarde,

Tinha a alma já desiludida.



No entanto ela é eterno bem,

E aqueles que aqui não a têm

Dizem sobre ela – nada sei.



Se Deus pergunta eu lhe respondo:

- Somente me resta no mundo

Dizer quantas vezes chorei.



(Ilustração: Picasso)








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