Et mes amis et ma gaieté;
J'ai perdu jusqu'à la fierté
Qui faisait croire à mon génie.
Quand j'ai connu la Vérité,
J'ai cru que c'était une amie ;
Quand je l'ai comprise et sentie,
J'en étais déjà dégoûté.
Et pourtant elle est éternelle,
Et ceux qui se sont passés d'elle
Ici-bas ont tout ignoré.
Dieu parle, il faut qu'on lui réponde.
Le seul bien qui me reste au monde
Est d'avoir quelquefois pleuré.
Tradução de Guilherme de Almeida:
Eu perdi minha vida e o alento,
E os amigos, e a intrepidez,
E até mesmo aquela altivez
Que me fez crer no meu talento.
Vi na verdade, certa vez,
A amiga do meu pensamento;
Mas, ao senti-la, num momento
O seu encanto se desfez.
Entretanto, ela é eterna, e aqueles
Que a desprezaram - pobre deles! -
Ignoraram tudo talvez.
Por ela Deus se manifesta.
O único bem que ainda me resta
É ter chorado uma ou outra vez.
Tradução de Isaias Edson Sidney:
Perdi o ânimo e minha vida,
amigos e minha alegria;
‘té a vaidade está perdida
em que no meu talento eu cria.
Quando conheci a verdade
Acreditei que era uma amiga;
Quando a compreendi mais tarde,
Tinha a alma já desiludida.
No entanto ela é eterno bem,
E aqueles que aqui não a têm
Dizem sobre ela – nada sei.
Se Deus pergunta eu lhe respondo:
- Somente me resta no mundo
Dizer quantas vezes chorei.
(Ilustração: Picasso)
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