sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

L’INVETRIATA / A VIDRAÇA, de Dino Campana






La sera fumosa d’estate

Dall’alta invetriata mesce chiarori nell’ombra

E mi lascia nel cuore un suggello ardente.

Ma chi ha (sul terrazzo sul fiume si accende una lampada) chi ha

A la Madonnina del Ponte chi è chi è che ha acceso la lampada? – c’è

Nella stanza un odor di putredine: c’è

Nella stanza una piaga rossa languente.

Le stelle sono bottoni di madreperla e la sera si veste di velluto:

E tremola la sera fatua: è fatua la sera e tremola ma c’è

Nel cuore della sera c’è

Sempre una piaga rossa languente.



Tradução de Fábio Malavoglia:


Os fumos do ocaso estival

Pela alta vidraça mesclam luzes na sombra

E no peito deixam seu selo ardente.

Mas quem (no terraço sobre o rio há uma lâmpada acesa) quem foi

Que na Virgem da Ponte, quem foi que acendeu uma lâmpada? – há

No aposento um odor que apodrece: há

No aposento uma chaga lânguida e rubra.

As estrelas são botões nacarados, e anoitece envolta em veludo

A tarde fugaz e estremece: é fugaz e estremece mas lá

No peito da noite persiste

Sempre a chaga lânguida e rubra.



(Cantos Órficos)

(Ilustração: Sergio Davanzo - L'Angelo Nero)


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