quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

DISPERSÃO, de Mário de Sá-Carneiro









Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto,

E hoje, quando me sinto,

É com saudades de mim.



Passei pela minha vida

Um astro doido a sonhar.

Na ânsia de ultrapassar,

Nem dei pela minha vida...



Para mim é sempre ontem,

Não tenho amanhã nem hoje:

O tempo que aos outros foge

Cai sobre mim feito ontem.




(Ilustração: Edward Hopper - the automat)

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