Que as horas chorem fora das vidraças,
construindo seus musgos sobre os mastros
de velhos casarios alumbrados
e derradeiras praças penitentes.
Que os bairros mais burgueses alinhavem
suas rendas de chá, em velhas xícaras.
Que o sono seja grande e seja amargo
aos que amaram o amor, perdendo a sorte...
para que tudo nasça das ideias
que os ventos espalharam nas migalhas
de luzes e de carnes assombradas.
Do amanhã, outras vozes serão vindas;
e do agora, outros céus serão nascidos,
além do olhar das lâmpadas caídas.
(Ilustração: Giuseppe Pellizza da Volpedo - estudo para il quarto stato)
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