quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

389 / POEMA 389, de Emily Dickinson





There's been a Death, in the Opposite House,

As lately as Today —

I know it, by the numb look

Such Houses have — alway —



The Neighbors rustle in and out —

The Doctor — drives away —

A Window opens like a Pod —

Abrupt — mechanically —



Somebody flings a Mattress out —

The Children hurry by —

They wonder if it died — on that —

I used to — when a Boy —



The Minister — goes stiffly in —

As if the House were His —

And He owned all the Mourners — now —

And little Boys — besides —



And then the Milliner — and the Man

Of the Appalling Trade —

To take the measure of the House —

There'll be that Dark Parade —



Of Tassels — and of Coaches — soon —

It's easy as a Sign —

The Intuition of the News —

In just a Country Town —





Tradução de Aíla de Oliveira Gomes:




Houve morte na casa ali defronte —

Foi hoje, coisa recente;

Eu sei por esse ar de anestesia

Que dessas casas recende.



Vizinhos em sussurros entram e saem,

De carro afasta-se o médico,

Uma janela se abre como vagem,

De modo abrupto, automático,



E por ela atiram fora um colchão.

Crianças passam correndo —

Intrigadas — "foi ali que morreu?"

Eu ficava assim, me lembro.



Formal e teso vai entrando o clérigo,

Qual se sua a casa fosse —

Hoje são dele todos os que choram

E das crianças toma posse.



Vem o homem do armarinho — e aquele homem

Da horrorosa profissão —

O que toma as medidas para a casa.

Vai haver a soturna procissão —



Vão vir os coches, as franjas douradas

Sem nem cartaz ou rumor,

Corre fácil a intuição das notícias

Nas vilas do interior.





(Ilustração: Cosmo Clark)








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