Uma árvore
rebentada ao meio
não seria mais linda
que uma frase perfeita?
Seus braços
marcados pelas unhas
não seriam mais bonitos
que a simples ideia
de lucidez?
As luzes velhas que piscam
antes de queimar não trazem
mais sentido que as eternas
novidades em tecnologia
com 3 anos de garantia?
Não é divino
o vidro respingado
da chuva torta
a camisa manchada
do sorriso com doce na boca?
Se descobrir
sobrevivente
de dores de cabeça
de camisa com molho
de café nos livros
de descargas de eletricidade
de dedos que se tocaram
e se afastaram
Não seria maravilhoso?
(Ilustração: escultura de Maria Martins – anunciação)
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