Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu’il m’em souvienne
La joie venait toujours après la peine
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l’onde si lasse
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
L’amour s’en va comme cette eau courante
L’amour s’en va
Comme la vie est lente
Et comme l’Espérance est violente
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennet
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Vienne la nuit sonne l’heure
Les jours s’en vont je demeure
Tradução de Cláudio Veiga:
Na ponte Mirabeau se vai o Sena
E o nosso amor
Por que trazê-lo à cena
A alegria nos vem depois da pena
A noite venha sem demora
Eu fico e o tempo vai embora
De mãos dadas fiquemos face a face
Enquanto sob
A ponte deste abraço
Dos eternos olhares a onda passa
A noite venha sem demora
Eu fico e o tempo vai embora
O amor se vai como a água da corrente
O amor se vai
Mas como a vida é lenta
Como a Esperança em nós é violenta
A noite venha sem demora
Eu fico e o tempo vai embora
(Antologia da Poesia Francesa — Do Século IX ao Século XX)
Tradução de Paulo Hecker Filho:
Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
E os amores
De que não me esqueço
A alegria sempre antes da pena
Chega a noite fim começo
Vão-se os dias permaneço
Fiquemos de mãos dadas face a face
Enquanto sobre a ponte
De nossos braços passe
Dos olhares a já quase extinta fonte
Chega a noite fim começo
Vão-se os dias permaneço
Foge o amor como a água se ausenta
Foge o amor
Como a vida é lenta
E como a esperança é violenta
Chega a noite fim começo
Vão-se os dias permaneço
Passam os dias e as semanas passam
A vida aliena
Os amores se embaçam
Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
Chega a noite fim começo
Vão-se os dias permaneço
Tradução de José Jeronymo Rivera:
Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
E o nosso amor
Ela a lembrar me ordena
Vinha sempre a alegria após a pena
Vem a noite a hora soou
Vão-se os dias eu não vou
Mãos entre as mãos quedemos face a face
Ao tempo em que
Dos braços sob o enlace
A onda cansada das miradas passe
Vem a noite a hora soou
Vão-se os dias eu não vou
O amor se vai como esta água cinzenta
O amor se vai
Oh como a vida é lenta
E como a Esperança é violenta
Vem a noite a hora soou
Vão-se os dias eu não vou
Passa do tempo a sucessão serena
E nem a dor
Nem o amor volta à cena
Sob a ponte Mirabeau passa o Sena
Vem a noite a hora soou
Vão-se os dias eu não vou
(Poesia Francesa — Pequena Antologia Bilíngue)
Tradução de Décio Pignatari:
Escorre sob a ponte o rio Sena
E em nossos amores
A lembrança me acena
Vinha sempre o prazer depois da pena
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
Mãos nas mãos esperemos face a face
Até que sob a ponte
Dos nossos braços passe
O eterno desse olhar em nosso enlace
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
O amor se vai como água turbulenta
Assim o amor se vai
E como a vida é lenta
E como esta Esperança é violenta
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
Os dias passam passam as semanas
Não voltam o passado
Nem as paixões humanas
E o Sena flui em águas soberanas
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
Os dias passam passam mas que pena
Passado amor
Nenhuma volta acena
Na ponte Mirabeau se vai o Sena
A noite venha sem demora
Eu fico e o tempo vai embora
(31 Poetas 214 poemas — do Rigveda e Safo a Apollinaire)
(Ilustração: Yves Guillard - Le pont Mirabeau)
Nenhum comentário:
Postar um comentário