ὣς φάτο: Πηλεί̈ωνι δ' ἄχος γένετ', ἐν δέ οἱ ἦτορ
στήθεσσιν λασίοισι διάνδιχα μερμήριξεν,
ἢ ὅ γε φάσγανον ὀξὺ ἐρυσσάμενος παρὰ μηροῦ 190
τοὺς μὲν ἀναστήσειεν, ὃ δ' Ἀτρεί̈δην ἐναρίζοι,
ἦε χόλον παύσειεν ἐρητύσειέ τε θυμόν.
ἧος ὃ ταῦθ' ὥρμαινε κατὰ φρένα καὶ κατὰ θυμόν,
ἕλκετο δ' ἐκ κολεοῖο μέγα ξίφος, ἦλθε δ' Ἀθήνη
οὐρανόθεν: πρὸ γὰρ ἧκε θεὰ λευκώλενος Ἥρη 195
ἄμφω ὁμῶς θυμῷ φιλέουσά τε κηδομένη τε:
στῆ δ' ὄπιθεν, ξανθῆς δὲ κόμης ἕλε Πηλεί̈ωνα
οἴῳ φαινομένη: τῶν δ' ἄλλων οὔ τις ὁρᾶτο:
θάμβησεν δ' Ἀχιλεύς, μετὰ δ' ἐτράπετ', αὐτίκα δ' ἔγνω
Παλλάδ' Ἀθηναίην: δεινὼ δέ οἱ ὄσσε φάανθεν:
Tradução de Carlos Alberto Nunes:
Enfurecido com essas palavras ficou o Pelida
o coração a flutuar, indeciso, no peito veloso,
sobre se a espada cortante, ali mesmo, do flanco arrancasse
e, dispersando os presentes, o Atrida, desta arte, punisse,
ou se o furor procurasse conter, dominando a alma nobre.
Enquanto no coração e no espírito assim refletia,
e a grande espada de bronze arrancava, do Céu baixou prestes
Palas Atena, mandada por Hera, de braços muito alvos,
que a ambos prezava e cuidava dos dois por maneira indistinta.
Por trás de Aquiles postando-se, os louros cabelos lhe agarra,
a ele visível somente; nenhum dos presentes a via.
Cheio de espanto, o Pelida virou-se; porém pelo brilho
Que se lhe expande dos olhos, conhece que é Palas Atena.
(Ilustração: O nascimento de Atena, pintura em trípode grega, c. 570-560 a.C.)
sábado, 28 de agosto de 2021
ILÍADA – CANTO I – A EPIFANIA DE ATENA, de Homero
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