sábado, 28 de agosto de 2021

ILÍADA – CANTO I – A EPIFANIA DE ATENA, de Homero

 



ὣς φάτο: Πηλεί̈ωνι δ' ἄχος γένετ', ἐν δέ οἱ ἦτορ

στήθεσσιν λασίοισι διάνδιχα μερμήριξεν,

ἢ ὅ γε φάσγανον ὀξὺ ἐρυσσάμενος παρὰ μηροῦ 190

τοὺς μὲν ἀναστήσειεν, ὃ δ' Ἀτρεί̈δην ἐναρίζοι,

ἦε χόλον παύσειεν ἐρητύσειέ τε θυμόν.

ἧος ὃ ταῦθ' ὥρμαινε κατὰ φρένα καὶ κατὰ θυμόν,

ἕλκετο δ' ἐκ κολεοῖο μέγα ξίφος, ἦλθε δ' Ἀθήνη

οὐρανόθεν: πρὸ γὰρ ἧκε θεὰ λευκώλενος Ἥρη 195

ἄμφω ὁμῶς θυμῷ φιλέουσά τε κηδομένη τε:

στῆ δ' ὄπιθεν, ξανθῆς δὲ κόμης ἕλε Πηλεί̈ωνα

οἴῳ φαινομένη: τῶν δ' ἄλλων οὔ τις ὁρᾶτο:

θάμβησεν δ' Ἀχιλεύς, μετὰ δ' ἐτράπετ', αὐτίκα δ' ἔγνω

Παλλάδ' Ἀθηναίην: δεινὼ δέ οἱ ὄσσε φάανθεν:



Tradução de Carlos Alberto Nunes:



Enfurecido com essas palavras ficou o Pelida

o coração a flutuar, indeciso, no peito veloso,

sobre se a espada cortante, ali mesmo, do flanco arrancasse

e, dispersando os presentes, o Atrida, desta arte, punisse,

ou se o furor procurasse conter, dominando a alma nobre.

Enquanto no coração e no espírito assim refletia,

e a grande espada de bronze arrancava, do Céu baixou prestes

Palas Atena, mandada por Hera, de braços muito alvos,

que a ambos prezava e cuidava dos dois por maneira indistinta.

Por trás de Aquiles postando-se, os louros cabelos lhe agarra,

a ele visível somente; nenhum dos presentes a via.

Cheio de espanto, o Pelida virou-se; porém pelo brilho

Que se lhe expande dos olhos, conhece que é Palas Atena.



(Ilustração:  O nascimento de Atena, pintura em trípode grega, c. 570-560 a.C.)



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