domingo, 23 de dezembro de 2018

NO PAU-DE-ARARA, de Armando Freitas Filho









No pau-de-arara

                        é proibido gozar

mesmo quando enrabado

por muitos

                        e o espasmo

sacuda o curto-circuito

do corpo

fudido em verde-amarelo

                        sob o som

das botas, das patas

dos saltos altos

da Pátria em marcha

das famílias caindo de quatro

                        ao som

de Dom e Ravel

de Deus

                        salve a América!

Eu te amo meu Brasil

eu
                        só ouço vômito

e as aves

que aqui gorjeiam

                        etc.



(Longa Vida)


(Ilustraçao: Fernando Botero - Abughraib)



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