talvez seja o momento de te dizer
que sou da mais vil beleza, feito de
amar entre os homens apenas as coisas
mais efêmeras
talvez seja o momento de te dizer
que me cresceram os teus seios mais
jovens, numa indisfarçável necessidade de
que me pertençam entre as coisas
que te cedo
talvez seja o momento de te dizer
que o teu corpo mulher é um exagero do
meu deus, generoso mais do que nunca na
liberdade da minha fome
não estou certo de que seja o momento de
pedir mais ainda, quanto te roubo a alma e
aos poucos a entorno pelo caminho até ao
outrora vazio do meu coração
como não sei se será certo padecer de alguma
felicidade imprudentemente, naquele
miudinho perigoso de estar quase a
morrer de amor por ti
também eu me sinto capaz de desmaiar com
um orgasmo. mas só agora, aos trinta e
sete anos, só contigo
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