quarta-feira, 10 de novembro de 2010
HISTÓRIA DO TEMPO, de Dirceu Quintanilha
Jantávamos após as sete,
no terraço-mar.
Madrugadas na piazza :
- Pássaros comiam nas tuas mãos.
Súbitas descobertas
no teu riso.
Tu te aconchegavas
e eu tinha o mundo
entre meus braços.
Jantávamos após as sete
no terraço-mar.
Solidão repetida de jantares
ansiados:
- Após as sete
janto sozinho.
Sem abraços nem pássaros cativos.
Após as sete.
(Ilustração; Patrice Murciano - desespoir)
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