segunda-feira, 7 de outubro de 2019
THE POET'S EYE OBSCENELY SEEING... / O OLHO DO POETA OBSCENO VENDO..., de Lawrence Ferlinghetti
The poets eye obscenely
seeing
sees the surface of the
round world
with its drunk rooftops
and wooden oiseaux on clothesliens
and its clay males and females
with hot legs and rosebud breasts
in roll away beds
and its trees full of
mysteries
and its Sunday parks and
speechless statues
and its America
with its ghost towns and empty Ellis
Islands
and it's surrealist
landscape of
mindless prairies
supermarket suburbs
steamheated
cemeteries
cinerama holy days
and protesting
cathedrals
a kissproof world of plastic
toiletseats tampax and taxis
drugged store cowboys and las vegas
virgins
disowned indians and cinemad matrons
unroman senators and conscientious
non-objectors
and all other fatal shorn-up
fragments
of the immigrant's dream
come too true
and mislaid
among the sunbathers
Tradução de Paulo Leminski:
O olho do poeta obsceno
vendo
vê a superfície do mundo
redondo
com seus telhados bêbados
e pássaros de pau nos varais
e suas fêmeas e machos feitos de barro
com pernas em fogo e peitos em botão
em camas rolantes
e suas árvores de mistérios
e seus parques de domingos
no parque e estátuas sem fala
e seus Estados Unidos
com suas cidades fantasmas e
Ilhas Ellis vazias
e sua paisagem surrealista
de
pradarias estúpidas
supermercados subúrbios
cemitérios com calefação
e catedrais que protestam
um mundo à prova de beijo um
mundo de
tampas de privada e táxis
caubóis de butique e virgens de Las Vegas
índios sem terra e madames loucas por cinema
senadores anti-romanos e conformistas conformados
e todos os outros fragmentos
desbotados
do sonho imigrante real
demais
e disperso
entre esse pessoal que toma banho de
sol
(Ilustração: Edward Hopper - people in the sun-1960)
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