Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.
Tout suffocant
Et blême,quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.
Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà,delà
Pareil à la
Feuille morte.
Tradução de Alphonsus de Guimaraens -1870-1921:
Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.
Sufocado,em ânsia,
Ai!quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.
Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta,
Batido...
Tradução de Nelson Ascher:
Violinos com
seu choro assom-
bram o outono
e eu, corpo mor-
to de torpor,
me abandono.
Quase sem ar,
desmaio ao soar
da hora enquanto,
lembrando em vão
os dias de então,
caio em pranto.
E o vento cruel
leva-me ao léu
pouco importa
aonde, em vaivém,
vago que nem
folha morta.
Tradução de Onestaldo de Pennafort:
Os longos sons
dos violões,
pelo outono,
me enchem de dor
e de um langor
de abandono.
E choro, quando
ouço, ofegando,
bater a hora,
lembrando os dias,
e as alegrias
e ais de outrora.
E vou-me ao vento
que, num tormento,
me transporta
de cá pra lá,
como faz à
folha morta.
Tradução de Guilherme de Almeida:
Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
Tradução de Isaias Edson Sidney:
Violões de outono
sangram minha alma;
não me acalma
o som do vento
que traz um lento
sofrimento.
Eu tanto imploro
quando recordo
doce idade
do meu passado
que ainda choro
de saudade.
E não me importa
quanto sofri
por aí:
como a folha morta,
levada ao vento,
também morri.
Tradução de Fábio Malavoglia:
Essas glosas longas
das violas alongam
o outono
e fluem qual licor
de benção, langor
e sono.
Mas sufocante
lívida adiante
soa a hora,
e sei-me em vão
daquele então
quem chora.
E vou me assim
num vento ruim,
que importa?
Vou de cá, de lá,
folha que já
cai morta.
Tradução de Manuel Bandeira:
Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
Tradução de Paulo Mendes Campos:
Os longos trinos
Dos violinos
Do outono
Ferem minh'alma
Com uma calma
Que dá sono.
Ao ressoar
A hora, alvar,
Sufocado,
Choro os errantes
Dias distantes
Do passado.
E em remoinho,
O ar daninho
Me transporta
De cá pra lá,
De lá pra cá,
Folha morta.
Tradução para o espanhol de Emilio Carrere:
La queja sin fin
del flébil violín
otoñal
hiere el corazón
de um lángudo son
letal.
S i emp re soñando
Siempre soñando
y febril cuando
suena la hora,
mi alma refleja
la vida vieja
y llora.
Y ar rast ra un c r u e n to
Y arrastra um cruento
perverso viento
a mi alma incierta
aquí y allá
igual que la
hoja muerta.
Tradução para o italiano de Giuseppe Cirigliano:
I lunghi singhiozzi
Dei violini
D'autunno
Mi feriscono il cuore
Con un languore
Monotono.
Tutto affannato
E pallido, quando
Rintocca l'ora,
Io mi ricordo
Dei giorni antichi
E piango;
E me ne vado
Nel vento maligno
Che mi porta
Di qua, di là,
Simile alla
Foglia morta.
Tradução para o inglês de Peter Low:
The long sobs
of autumn's
violins
wound my heart
with a monotonous
languor.
Suffocating
and pallid, when
the clock strikes,
I remember
the days long past
and I weep.
And I set off
in the rough wind
that carries me
hither and thither
like a dead
leaf.
(Ilustração: Henri Fantin-Latour – coin de table: sentados, da esquerda para a direita: Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Léon Valade, Ernest d'Hervilly et Camille Pelletan. De pé: Pierre Elzéar, Emile Blémont et Jean Aicard)
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