domingo, 22 de novembro de 2009

POEMAS, de Djanira Pio









I. NA NOITE ESCURA


A noite escura
acolhe-me
para o sono.
Quase tudo dorme.
Um pássaro insone
se anuncia ao acaso.
É noite escura.
Sussurros
de alguém que sonha.
Alguém
de olhos fechados
sonha que dorme.


II. CONTRASTE


Somos feitos
de carne
e os sonhos
são voláteis.


III. COMO CEGOS


Por caminhos
íngremes
tentamos o acerto.
Seguimos
cegos e surdos
na esperança
de respostas.


IV. CASTAS


Castas sociais
são muradas
Crianças famélicas
Mulheres parideiras
Homens
manipulando a vida
o viver
e o fazer.
É o desejável?




(Ilustração: Kay Sage - le passage)





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