We never joy enjoy to that full point
Regret doth wish joy had enjoyed been.
Nor have the strength regret to disappoint
Recaling not past joy's thought, but its mien.
Yet joy was joy when it enjoyed was
And after-enjoyed when as joy recalled,
I t must have been joy ere its joy did pass
And, recalled, joy still, since its being-past galled.
Alas! All this is useless, for joy's in
Enjoying, not in thinking of enjoying.
Its mere thought-mirroring gainst itself doth sin,
By mere reflecting solid life destroying.
Yet the more thought we take to thought to prove
It must not think, doth further from joy move.
Tradução de Adolfo Casais Monteiro e de Jorge de Sena:
Jamais o gozo goza àquele ponto extremo
Que a saudade requer gozado fosse o gozo,
Nem ela tem poder que fruste o recordar
Não do passado gozo a ideia, mas a imagem
Mas por ter sido gozo quando foi gozado
E ainda post-gozado como tal lembrado,
Gozo teve que ser antes de ser passado
E gozo ao recordar, pois ser passado dói.
Ai ! De que val' tudo isto, já que o gozo está
Não em pensar o gozo mas em só gozá-lo.
Seu refletir-se em ideia contra el' próprio peca
Pois de só refletir destrói a vida solida.
Mas quanto mais pensamos em pensar provar
Não se dever pensar, do gozo mais fugimos.
(35 Sonnets)
(Ilustração: Francesco Hayez, ultimo bacio di Romeo e Giulietta)
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