sábado, 26 de agosto de 2023

CHE COSAS S´ABBIA A VOLERE / O QUE SE DEVE QUERER, de Leonardo da Vinci

  


        

Chi non può quel che vuoi, quel che può voglia;

Chè quel che non puó folle è da volere;

Adunque saggio è l`uomo da tenere,

Che da quel che non può suo voler toglia.



Però ch`ogni dileto nostro e doglia

Stà in si e no saper voler potere:

Adunque quel sol può, que col dovere

Ne trae la ragion fuor di sua soglia.



Nè sempre è da voler que che l`uom pote;

Spessa par dolce auel che torna amaro;

Piansi già quel ch´io volsi, poi chi´io l´ebbi.



Adunque, tu lettor di queste note,

Se a te vuoi esser buono, agli altri caro,

Vogli sempre poter quel che tu debbi...





Tradução de Oscar Dias Corrêa:





Quem não pode o que quer, qual pode queira;

Que o que não pode tolo é querer;

Pois sábio será o homem que ao saber

Que ter não pode, já querer não queira.



Eis porque todo gozo e dor inteira,

É sim e não saber querer poder;

Logo só pode aquele que, ao dever,

Não pode sua razão, que é voz primeira.



Não convém querer sempre que se pode,

Se o que parece doce, vira amaro;

Já chorei o que quis, logo atendido.




Tu, leitor destas notas, pois, acode:

Queres ser bom pra ti, aos outros caro?

Queiras sempre poder o que é devido!



(Meus versos dos outros)



(Ilustração: Leonardo da Vinci - dama com arminho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário