Chi non può quel che vuoi, quel che può voglia;
Chè quel che non puó folle è da volere;
Adunque saggio è l`uomo da tenere,
Che da quel che non può suo voler toglia.
Però ch`ogni dileto nostro e doglia
Stà in si e no saper voler potere:
Adunque quel sol può, que col dovere
Ne trae la ragion fuor di sua soglia.
Nè sempre è da voler que che l`uom pote;
Spessa par dolce auel che torna amaro;
Piansi già quel ch´io volsi, poi chi´io l´ebbi.
Adunque, tu lettor di queste note,
Se a te vuoi esser buono, agli altri caro,
Vogli sempre poter quel che tu debbi...
Tradução de Oscar Dias Corrêa:
Quem não pode o que quer, qual pode queira;
Que o que não pode tolo é querer;
Pois sábio será o homem que ao saber
Que ter não pode, já querer não queira.
Eis porque todo gozo e dor inteira,
É sim e não saber querer poder;
Logo só pode aquele que, ao dever,
Não pode sua razão, que é voz primeira.
Não convém querer sempre que se pode,
Se o que parece doce, vira amaro;
Já chorei o que quis, logo atendido.
Tu, leitor destas notas, pois, acode:
Queres ser bom pra ti, aos outros caro?
Queiras sempre poder o que é devido!
(Meus versos dos outros)
(Ilustração: Leonardo da Vinci - dama com arminho)
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