sábado, 9 de julho de 2022

BARCAROLA DE UN ESCÉPTICO / BARCAROLA DE UM CÉTICO, de María Eugenia Vaz Ferreira

 



        Alma mía

que tornas al viejo lar

con la red seca y vacía

de las orillas del mar,

con la red seca y vacía

que en la plenitud del día

no te atreviste a arrojar.

        Yo he visto los pescadores

pescando gloria y amores

que disiparon después.

Unos llevan cosas muertas;

otros las llevan desiertas:

lo mismo es.

        Alma mía,

que la red seca y vacía

no te atreviste a arrojar.

Entre la arena y las olas

existen dos cosas solas:

morir y matar.

        Alma mía

que traes la red vacía

de las orillas del mar…



Tradução de Jacicarla Souza da Silva:



        Alma minha

que retorna ao velho lar

com a rede seca e vazia

da beira do mar,

com a rede seca e vazia

que na plenitude do dia

não se atreveu a jogar.

        Eu vi os pescadores

pescando glória e amores

que se dissiparam depois.

Uns levam coisas mortas;

outros as levam desertas:

o que é o mesmo.

        Alma minha,

que a rede seca e vazia

não se atreveu a jogar.

Entre a areia e as ondas

existem duas coisas somente:

morrer e matar.

        Alma minha,

que traz a rede vazia

da beira do mar...



(La isla de los cânticos)



(Ilustração: Catherine Chauloux – croisiere)



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