sábado, 30 de novembro de 2019

DO TEMPO E DA MORTE EM PUNGO ANDONGO, de José Eduardo Agualusa





Às vezes penso naquele poente que eu não vi

em Pungo Andongo

E no tempo (esse estranho mito)

Que não fixou os corpos, nem os gritos

Nem o sangue do sol nesse preciso instante.

Às vezes penso em Pungo Andongo

E em quantas vezes se repetirá o rito

O ritual da morte (outro estranho mito)

Tão lúcido e tão breve nesse preciso instante.



(Anuário de Poesia – Autores não publicados)



(Ilustração: foto de Paulo César Santos - A Pedra Negra do Pungo Andongo, Malange, Angola, abril 2009)

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